Nos últimos anos, observamos um crescimento significativo da computação em nuvem em diversos setores. Isso se deve à rápida capacidade de crescimento que ela proporciona aos negócios, facilitando a inovação em um mundo que está se tornando cada vez mais digital. Além dos benefícios da tecnologia, a nuvem também apresenta vantagens para o meio ambiente, especialmente quando utilizada de maneira adequada. Neste artigo, Beatriz Oliveira, nossa expert Cloud Engineer, compartilha como a computação em nuvem é uma aliada fundamental para o avanço da sustentabilidade.
Tecnologia e sustentabilidade: qual a relação?
De acordo com uma publicação do Fórum Econômico Mundial, estima-se que até 2025 serão criados diariamente cerca de 463 exabytes de dados em todo o mundo. Essa crescente quantidade de dados e inovações tecnológicas apresenta muitos desafios, pois é necessário ter uma grande capacidade computacional para lidar com essa quantidade de informações.
No entanto, não basta apenas investir no crescimento desses recursos computacionais. É fundamental que esse crescimento seja feito de maneira eficiente e sustentável para evitar diversos efeitos problemáticos.
Segundo a Green Software Foundation, todos os softwares, desde os aplicativos executados em celulares até o treinamento de modelos de machine learning executados em data centers, consomem eletricidade. Uma das melhores maneiras de reduzir o consumo de eletricidade e as subsequentes emissões de carbono produzidas pelo software é tornar as aplicações mais eficientes em termos energéticos.
Ao adotar serviços em nuvem, indivíduos e organizações também podem contribuir para a sustentabilidade global por diversos motivos. Continue a leitura para saber mais!
Consolidação de recursos
A adoção da computação em nuvem permite que várias empresas compartilhem a infraestrutura física dos data centers, utilizando-a conforme a demanda. Essa prática elimina a necessidade de cada empresa manter servidores próprios e instalações redundantes, resultando em uma redução do desperdício de recursos.
O uso da virtualização também é um forte aliado nesse processo, pois permite executar vários sistemas operacionais em um único servidor físico. Isso reduz a quantidade de hardware necessário, economizando energia e espaço físico.
De acordo com a Green Software Foundation, na nuvem, a eficiência do hardware geralmente se traduz em um aumento na utilização dos servidores. É melhor usar um servidor com 100% de utilização do que 5 servidores com 20% de utilização devido ao custo do carbono incorporado.
Elasticidade
A elasticidade permite que os usuários ajustem os recursos conforme as demandas e necessidades em tempo real. Isso significa que os recursos computacionais podem ser otimizados para atender exatamente às necessidades, evitando o consumo excessivo de energia durante períodos de baixa demanda.
Reciclagem de Hardware
Os provedores de serviços em nuvem frequentemente atualizam e substituem hardware regularmente para manter a eficiência das suas operações. Além disso, alguns deles implementam programas de reciclagem de hardware, contribuindo assim para a redução do desperdício eletrônico.
A Amazon Web Services (AWS), por exemplo, possui um programa de logística reversa que oferece um caminho sustentável para componentes de hardware que poderiam ser descartados devido ao fim de sua vida útil. Eles garantem a reutilização de diversos componentes de hardware, que são devidamente reparados e testados antes de voltarem a ser usados.
Trabalho remoto e redução do deslocamento
A computação em nuvem desempenha um papel fundamental na promoção do trabalho remoto e da colaboração online. Essa prática reduz a necessidade de viagens diárias para o escritório e data centers, resultando em menos emissões de carbono associadas ao uso do transporte.
A efetividade da sustentabilidade no uso da nuvem depende da forma como a utilizamos
Apenas migrar seus workloads para a nuvem não garante que resultados expressivos sejam alcançados em termos de eficiência técnica e sustentabilidade. No entanto, optar por usar a nuvem possibilita ter a estrutura para otimizar e reestruturar seus serviços, tornando-os cada vez mais sustentáveis e tecnicamente escaláveis, distribuídos e nativos da nuvem.
Em um estudo da Accenture, são destacados três níveis de ambição para a jornada em direção à sustentabilidade no uso da nuvem:
- Migrações estratégicas sem grandes mudanças, que também podem ser conhecidas como lift and shift, que frequentemente fazem amplo uso de infraestrutura como serviço (IaaS).
- Uso de práticas de engenharia de software sustentáveis, as quais envolvem a escolha adequada da linguagem de programação para atender a uma necessidade específica.
- Otimização de aplicativos para a “estrutura da nuvem”, em outras palavras, utilizando a abordagem cloud native.
O estudo também revela que, em comparação com a infraestrutura tradicional, as migrações iniciais para a nuvem são capazes de reduzir as emissões de carbono em mais de 84%. Essas reduções podem ser ainda mais significativas com o desenvolvimento de aplicações específicas para a nuvem, alcançando até 98%.
Além dos fatores citados acima, ao usar a nuvem, é importante considerar outros aspectos, como a região em que você vai armazenar seus dados e aplicações, pois a Green Software Foundation aponta que, a intensidade de carbono varia de acordo com o local, uma vez que algumas regiões têm uma matriz energética que contém mais fontes de energia limpa do que outras.
Em resumo, para obter sucesso na construção de soluções sustentáveis na nuvem é essencial pensar de forma inovadora e usá-la de maneira adequada. Simplesmente migrar para a nuvem e usar apenas infraestrutura como serviço (IaaS) ou manter aplicativos com códigos ineficientes e adicionar mais hardware para sustentar alto desempenho, não é suficiente. A modernização de aplicações e a construção de soluções nativas da nuvem são fundamentais para o sucesso nessa jornada, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade.
Aqui na Vivo, temos algumas soluções nativas dos cloud providers para medir nossa pegada de carbono nas principais nuvens públicas que utilizamos. Isso é essencial para dar um primeiro passo no entendimento sobre esse assunto.
5 leituras para se manter atualizado(a) sobre sustentabilidade em cloud
Green Software Practitioner: Um guia feito pela Green Software Foundation, uma organização sem fins lucrativos formada pela Linux Foundation, que conta com a participação de organizações e indivíduos envolvidos em diversos projetos. Seu objetivo é promover um ecossistema de software sustentável e confiável. Nesse guia, você consegue ter uma ótima introdução sobre temas de eficiência energética, eficiência de carbono, eficiência de hardware e vários outros tópicos que podem ajudar você a construir e manter soluções mais sustentáveis.
Os principais provedores de serviços em nuvem oferecem ferramentas para medir e gerar relatórios sobre as emissões de carbono associadas ao uso da nuvem. Você pode utilizar essas ferramentas como base para entender e reduzir as emissões de carbono na nuvem. Essas informações são trazidas com mais detalhes nos outros materiais de leitura sugeridos abaixo.
Google Cloud Carbon Footprint: Pela console do GCP é possível obter informações sobre as suas emissões de carbono provenientes do uso dos serviços de nuvem do Google Cloud.
Customer Carbon Footprint Tool (AWS): Através da console de faturamento da AWS, é possível obter informações sobre as emissões de carbono do uso dos serviços de nuvem da Amazon Web Services (AWS).
Emissions Impact Dashboard for Microsoft Azure: Através de um aplicativo do PowerBI, é possível medir sua pegada de carbono em Azure, bem como visualizar quanto de emissão de carbono você está deixando de emitir ao utilizar o Azure em vez de data centers on premises, tudo isso com base em seus dados reais de consumo, extraídos diretamente do seu tenant do Azure.
Azure Carbon Optimization: Se você não puder utilizar o aplicativo Power BI citado acima, essa opção pode ser uma alternativa. Por meio desse serviço dentro do portal do Microsoft Azure, é possível mensurar e receber sugestões sobre como você pode minimizar sua pegada de carbono no Azure com base no consumo e utilização dos seus recursos.
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Até a próxima. 💜